Sereia dos mares azuis

Sereia dos mares azuis

Prostrada na erosão da praia

Onde a onda em explosão desmaia

E beija docemente a mesclada areia

Está uma chorosa e enamorada sereia

Sereia de uma beldade resplandecente

Aconchegada pela luz do poente

Com o seu brilho e esplendor

A acaricia no seu lamurioso clamor

Deitada nos envolventes cabelos de maresia

Em novelos azuis de ondas de fantasia

Contraria a história que a lenda reza

Seduziu com a sua magia e foi a presa

Ela não era igual às demais

A bela sereia das curvas sensuais

Estava cansada dos pescadores furtivos

Em devaneios fatais de sonhos proibidos

Caiu no infortúnio da rede dos enganos

Estendida nos bonitos azuis dos oceanos

Iludida procurava os amores com avidez

Na sua imaculada e despida nudez

E agora resta o suave grito romântico

Circunscrito no aturdido cântico

Ele voa ao vento que varre o areal

Num chamamento do amor com sonoridade musical

Como gostaria de ter inteligência para entender

Porque foi preterida a sua essência de mulher

Em troca de encontros ocasionais e vulgares

Esta querida sereia com o perfume dos mares

Luísa Rafael

Direitos de autor reservados

Porto, Portugal