Trovões
Não me convencem os ditos de ordem
E as regras que me queiram normalizar
Sou mais que a imagem que veem
E muito além do que posso explicar
Eu sou livre em toda minha loucura
Não há caminho que possa me limitar
Me chamam de louco em qualquer cultura
Nos olhos tenho a moeda de sorte ou azar
Sou a força voraz de uma tempestade
Que se orgulha ao parir tufões
Como as placas tectônicas à vontade
Acordando e rompendo os vulcões
Não acredito em amores revolucionários
Nem nas violências que fazem se manter
Sou infiel aos que se dizem necessários
Pregadores de um modelo para se viver
Eu sou normal em toda minha estranheza
Mutante supremo até quando esquecer
O meu império é a própria natureza
De tudo o que sonho e ainda posso ser
Não me contento com a fúria dos mares
Sou o próprio oceano em convulsões
Como um sopro nas superfícies solares
Trazendo o inverno em todas estações
Não quero ser e nem serei domesticado
Em minhas mãos repousam o meu final
E não deixarei que apaguem meu lado
Que substituam o meu “eu” primordial
Eu sou eu em toda minha essência
Corpo celeste irrefreável e sem igual
Muito mais que plena consciência
Até que a Morte venha eu sou imortal
Sou só eu, civilizado e selvagem
Vivendo ao máximo minhas construções
Aos deuses a sua própria imagem
À minha coragem meus próprios trovões