Trovões

Não me convencem os ditos de ordem

E as regras que me queiram normalizar

Sou mais que a imagem que veem

E muito além do que posso explicar

Eu sou livre em toda minha loucura

Não há caminho que possa me limitar

Me chamam de louco em qualquer cultura

Nos olhos tenho a moeda de sorte ou azar

Sou a força voraz de uma tempestade

Que se orgulha ao parir tufões

Como as placas tectônicas à vontade

Acordando e rompendo os vulcões

Não acredito em amores revolucionários

Nem nas violências que fazem se manter

Sou infiel aos que se dizem necessários

Pregadores de um modelo para se viver

Eu sou normal em toda minha estranheza

Mutante supremo até quando esquecer

O meu império é a própria natureza

De tudo o que sonho e ainda posso ser

Não me contento com a fúria dos mares

Sou o próprio oceano em convulsões

Como um sopro nas superfícies solares

Trazendo o inverno em todas estações

Não quero ser e nem serei domesticado

Em minhas mãos repousam o meu final

E não deixarei que apaguem meu lado

Que substituam o meu “eu” primordial

Eu sou eu em toda minha essência

Corpo celeste irrefreável e sem igual

Muito mais que plena consciência

Até que a Morte venha eu sou imortal

Sou só eu, civilizado e selvagem

Vivendo ao máximo minhas construções

Aos deuses a sua própria imagem

À minha coragem meus próprios trovões

João V Zibetti
Enviado por João V Zibetti em 29/07/2023
Código do texto: T7848871
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