conversa com os cavalos
Do lado de lá, uma flor nascendo de uma fogueira,
Do outro, a matinal indiferença diante do diferente,
Na renda dos desejos, em sua teia que cobre a juventude
Esfomeada pela vida, a linguagem tem seu próprio domínio.
E um copo d’agua sobre a mesa desafia os visitantes a andar
Sobre brasas e fazer do futuro apenas um holofote que
Lança cigarras atómicas direto no olho de quem nunca pecou,
Embora o tempo seja quase sempre bonito nessa paisagem,
O ombro do desaforo enfia a cabeça dentro da terra, de
Onde no futuro sairá um gafanhoto que os pés estarão na
Cabeça que sabe mentir , inclusive treina para que
A verdadeira tragédia não chegue aos ouvidos dos moradores
Do alto da colina, um homem com sua filha brinca de amarelinha,
Se amam, e os números em cada quadro recebe os pés
De ambos, mas implica com a direção de seus sorrisos,
Somente os lagartos sabe ensinar a comer do pão que
A vergonha escondeu, os demais assistem impacientes
A hora que o sol se põe numa bacia profunda onde
A a comida está na mesa e os convidados conversam
Com os cavalos