RECORDAÇÕES O progresso terminou com aquele romantismo que dava cor ao passado. Não se vêem namorados aguardando com desvêlo, fazendo preces contritas para que um vento atrevido venha soltar os cabelos ou levantar o vestido de quem é sua querida. Não se fazem serenatas dedilhando violões sob a luz terna da lua em louvor de uma donzela que escondida, à janela, delira entregue a paixões. Quem vive no mundo de agora do ontem, sequer, tem noções. Até mesmo ignora que, antigamente, havia homens cuja profissão era andarem pelas ruas, mal a noite escurecia, acendendo lampiões.(*) (*) Alusão a " O Acendedor de Lampiões" de Jorge de Lima Tu te mostravas bonita do alto sorrias, contrita, prateando a escuridão. E o violão que tocava, tanta ternura levava ao teu jovem coração. sonhavas com teu amado, o teu doce namorado, que viria num alazão, pois os carros eram raros, além do mais... eram caros. Valia a emoção de ver por entre as cortinas teu sorriso de menina lá de cima do balcão. E a serenata seguia... a noite, então, se esvaia com o apagar do lampião. http://www.recantodasletras.com.br/autor_textos.php?id=21115 Este lindo poema foi-me presenteado pela excelente escritora recantista Claraluna. Só posso dizer que senti-me a própria Julieta. Minha amiga, você cativa a todos com esse carinho. Grande abraço. Helena |
HLuna |
Publicado no Recanto das Letras em 12/12/2007 Código do texto: T774998 |
Querida Helena, obrigada pelo adjetivo "tão qualificativo", mas é você quem merece todas as homenagens. Não há um só recantista que não a ame. Você é a nossa bússola, o parâmetro de poetisa, brilha sem fazer barulho.
Gosto demais de você.
(Hull de La Fuente)