Egoísmo Oculto
No espelho do eu, meu olhar se prende,
Numa moldura fria de vaidade,
Em ânsia de aplausos, o vício ascende,
Enquanto em outros, vejo a caridade.
Escondo em gestos, a farsa que se estende,
Pra ser o centro da própria verdade,
Do alheio bem, meu coração se ofende,
E ao bem-estar alheio, falta agrade.
Consumido em meus anseios vis,
Não vejo a dor, os lamentos sutis,
Que ecoam nos silêncios reprimidos.
Assim, no egoísmo camuflado,
Me afundo em ilusões, vazio, cansado,
Perdido num mundo de olhos feridos.