Egoísmo Oculto

No espelho do eu, meu olhar se prende,

Numa moldura fria de vaidade,

Em ânsia de aplausos, o vício ascende,

Enquanto em outros, vejo a caridade.

Escondo em gestos, a farsa que se estende,

Pra ser o centro da própria verdade,

Do alheio bem, meu coração se ofende,

E ao bem-estar alheio, falta agrade.

Consumido em meus anseios vis,

Não vejo a dor, os lamentos sutis,

Que ecoam nos silêncios reprimidos.

Assim, no egoísmo camuflado,

Me afundo em ilusões, vazio, cansado,

Perdido num mundo de olhos feridos.

Bernardo Reis
Enviado por Bernardo Reis em 28/07/2023
Código do texto: T7848166
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.