DO OURO, DOS TEMPOS & OUTROS METAIS

Da terra que escutei

O pulsar do gigante

Feito adormecido infante

Daquilo que rebrilha

Fagulha extensa, labaredas

Facetas afeitas dos tempos

Verde, amarelo, preto, branco

Tal que se importa qual tom

Vem desta terra em chamas

Estouros que vibram os tímpanos

Baladas sísmicas de címbalos

Do vermelho que escorre pela terra

Encalhe de almas no excesso

Filhos perdidos nas aldeias

Sobre tabas, poliesteres & afins

Cano longo que esgota a caixa

No olhar pelas grades que prendem o ar

O ar que me falta dentro desta mina

Carvão, petróleo ou ametista

Mais sangue esparramado no sisal

Enquanto brilha feito diamante

Veja, outro suspiro, terra

Este meu pulso lateja, dedilha

Quantas vidas ainda encarnadas

Afloram as quintas & outros quintais

Fio conduz minha voz metálica

Lamentos & juras que estou sempre limpo

Juros vadios & outras correções

Manda entre torres, gemas malditas

Inventam novas crises a peso de ouro

Nossa dívida de cada dia

Divisas que explodem irmãos

Terra, calcários & minas

Terrorismos na página da TV

Audiência com o vermelho que escorre

Na pálida imagem destorcida

Platina, de tantas Vênus assanhadas

A mão extendida que pede

Um socorro com direito de escolha

Entre o pó que corroe a alma

Qual tesouro procuramos?

Quando avisto minha Ilha, encontro a Paz e o bom da vida!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 29/11/2005
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