Pérola Nogra
Quanto mais sangra meu coração...
dilacerado fica meu viver,
aquebrantados meus sonhos...
Mais apurados ficam meus poemas.
exalam fortaleza de espírito,
alicerce do coração contrito.
Nos afetos desprezados,
a poesia escorre em mim
numa ternura da cor escarlate...
No amor arruinado,
a poesia emana em mim,
numa doçura rubra transformadora...
Dói... É cruel...
Destroços de mim se dissolvem
Como mágica narrativa...
Até o papiro fundamentar toda mazela
em forma de beleza rara,
Extraída na lama do abandono...
Meu coração se enche de pérolas negras...
Difícil será "um qualquer" o encontrar,
é cumprida a Palavra.
Na essência do meu eu real,
ferido, abandonado,
sendo curado da ausência do vazio teu.