VISUAIS!

Rasgo na noite desnuda

Calo a boca em dentes

Rompantes & alucinógenos correm

Na ladeira abaixo, fogem...

Trilha que o facínora toma

Rombos na soleira do palácio

Inflamam vergonhas no olhar roxo

Simulacro, serpentes & biltres

Respostas encanadas pelo esgosto

Verdades & mentiras em foco

Virtual ou na mídia ostensiva

Vil metal regendo paradoxos

A gosto no desgosto alheio

Troça que empurra a mais valia

Do casto ao repente sinistro

Mira a falta de luz, silêncio

Na grita que a fome assusta

De levada, mais um trambique

No açogue geral, varal de moscas

Pompa para apontar o dedo

Engole o povo o esnobe vício

Criaturas para raspar o tacho

Calos aos dedos que se atrofiam

Na próxima fila, quantas mortes

Vitaminas em vez de comida

Tantos filhos paridos na puta miséria

Que o gasto esbanja o fundo da latrina

Aponta o dedo, aprova mais um

O mal que se escreve, vestibular

Passa, paga, rasga & sobra

Da paga reiteira feito isonomia

Câmeras abruptas para colher um fruto

O furto de um ano de vida

Passa dos quarenta e tomam-lhe tudo

Sobram encostos, impostos & contas

Tanto de ouvir não em cada porta

Até catar o que sobra pela rua

Rusgas latinas, rifas & velas

A espera de outro donativo

Seca a palavra no vaso sanguíneo

Estupro da alma, infecção na vagina

Diagnósticos com falta de vitaminas

Corte o sal, e morra mais cedo

Coma o sal, e morra mais cedo

Latarias expostas no supermercado

O tamanho do plástico que virou dinheiro

Eles riem de toda essa miséria

Quem sabe, se ficarmos sem votar em ninguém

Todo mundo toma um zero nessa prova

Sem quorum trocamos todos esses exegetas

Picardias metropolitanas de além-mar

Afogados no ar que seca o planalto central

Da maldita insignificância rotunda

Ao descalabro da falta de juizo...

O pirata navegou ventos contrários para contornar mais um furacão!

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 29/11/2005
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