O implacável tempo
O relógio tem golpes frouxos
São constantes e frágeis jabs
Encantadores flocos de neve
Ritmado tamborim de couro
Nunca um cruzado certeiro
Nunca uma potente rasteira
Oh! tempo és vil e traiçoeiro,
Em sua ressonante goteira.
Um golpe me tinge a barba,
Outro, cabelos e costeletas
Afrouxa-me já tão leve carga, e
Não me encantam as borboletas
Por fim, o amor se torna cinza
Nada mais o meu ser enleva
O relógio faz seu tic-tac ainda
E a última badalada me leva.