DÚVIDA, DÍVIDA E DÁDIVA
Uma dúvida esmurra a minha cabeça
No espelho a imagem que desconheço
Seria eu no meio de uma tempestade?
Ou apenas aquele rei sem majestade?
A dívida que não pago sempre aparece
Como depois da noite um dia que raia
O agiota banqueiro que não me esquece
Confesso, financeiro não é minha praia.
A dádiva que Deus me deu é uma vida
Que carrego pulsando dentro do peito
Eu vago solitário pela infinita avenida
Não há saída para o meu total desajeito.
A certeza que adquiro online não acaba
Com a dúvida que continua martelando
A convicção no homem do nada desaba
Ainda assim, teimoso, eu sigo sonhando.
Neste mundo real uma dívida se acumula
E eu já nem falo mais do déficit ou moeda
Para ser feliz no perigo eu não tenho bula
E não me justifico o porquê de cada queda.
Dúvidas me impedem de ter a explicação
Dívidas eu tiro de letra seguindo na fuga
Mas a dádiva que trago na palma da mão
Rápido evapora enquanto o rosto enruga.
NOTA DO AUTOR: Este poema faz parte da série Pentalogias das minhas pétalas semanais.
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