MIGALHAS
MIGALHAS
Olhar perdido no outro lado da mesa
O silêncio é presente desde o passado
Bocas mastigam sabores fisiológicos
Barrigas cheias cabeças vazias
Migalhas abundam a mesa
De carinhos que não se mostram
Refrescos aguados molham bocas
Caladas de sentimentos
Açucares sem doçura
Regam a sobremesa amarga
São tempos de desesperança
Apenas respira-se sem viver
Compromissos de amor são adiados
A tempo nenhum
Encerra-se o degustar sem gosto
Levantam-se para as obrigações
Vão-se sem mudanças
Apenas realidades antigas
Até o nunca mais