O ESTRANHO...

Ao meu filho Massimo Ricardo De Benedictis Junior, poeta, cantor, violeiro, compositor e jornalista, meu primogênito e sucessor, com carinho...

Eu o encontrei um tanto envelhecido

a roupa suja, rôta e desbotada.

A face triste, alma derrotada,

marcas visíveis do amor perdido.

Não me reconheceu tão prontamente.

Olhou-me, assim, com um olhar estranho.

Sua aparência me lembrou o banho,

no cheiro que exalava fortemente...

Aos poucos, na sua fisionomia

um pálido sorriso estampado.

Seu rosto em espelho antigo e destroçado

uma caricatura refletia...

Tentei que ele então reconhecesse

o velho amigo, amigo de infância

e apelei, então, a toda instância:

Não houve argumento que valesse...

Ao relembrar os fatos do passado,

nada mudou em sua fisionomia.

Aquele estranho em sua fantasia

é a lição que a vida nos tem dado...

Ricardo De Benedictis
Enviado por Ricardo De Benedictis em 29/11/2005
Reeditado em 11/12/2005
Código do texto: T78432
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