Deito versos tristes
De uma alma inquieta,
Espelhada em dias idos.
Apagou-se mais uma luz.
Não tarda agora...
O crepuscular da vida.
O tempo é cruel,
Este senhor, com um
Cajado, lento...
Uma foice a ceifar flores
De um jardim tímido.
Já não brotam tantas ,
Desnudas folhas outonal,
No meu jardim, nao há
resquícios de borboletas a enfeitar minha tez,
já craquelada pelo tempo.
Ainda sorrio...
Na mansidão dos meus passos
Sou alma vertida em águas límpidas...
Do corpo, suor e lágrimas.
Venha a morte!
Mas que venha ligeira,
Um ímpeto, um suspiro
Que ainda diz : eu te amo
De tanto amar, persisto.
Ainda ouço pássaros...
Canto triste.
Na gaiola corpo, súbita e tênue do meu existir.
Verte o pranto.
https://www.recantodasletras.com.br/haikais/7842917