Faz silêncio no rio,
floresta úmida e fria,
do meu ser.
Ruidosa alma, encerrada
num corpo mudo.
Um silêncio que grita,
escondido na vegetação
do rio a fluir...
A floresta tem seus encantos, um pássaro que canta, o pio da coruja, um galho que quebra...
São ruídos do meu silêncio...
Imóvel e sofrido ser.
Sorrateiramente, pés descalços, nenhum som.
Abstenho-me do barulho... A floresta grita,
numa alma que não se cala... presa fácil,
para um corpo sedento
de vida...
Jogo pedras no rio, versos que insistem
brotar do negrume do céu , uma estrela cadente, fria, silenciosa.
Passos miúdos por entre a terra úmida.
Floresta da minha resistência...
Em fluir, em versejar, em ter amado um dia.
O ruído do silêncio,taciturno,
escrito a sangue,
bebe algumas gotas,
da nascente, onde surge o dia... amanhece.
Noite eu fui um dia,
Renascida na manhã fria,
Calada e muda...
Mas tenho todos os sonhos...
Ruidosas pegada sobre folhas...
Ainda existo.
Bom dia !