Faz silêncio no rio, 

floresta úmida e fria,

do meu ser.

Ruidosa alma, encerrada

num corpo mudo.

Um silêncio que grita,

escondido na vegetação 

do rio a fluir...

A floresta tem seus encantos, um pássaro que canta, o pio da  coruja, um galho que quebra...

São ruídos do meu silêncio...

Imóvel e sofrido ser.

Sorrateiramente, pés descalços,  nenhum som.

Abstenho-me do barulho... A floresta grita,

numa alma que não se cala... presa fácil,

para um corpo sedento

de vida...

Jogo pedras no rio, versos que insistem

brotar do negrume do céu  , uma estrela cadente, fria, silenciosa.

Passos miúdos por entre a terra úmida.

Floresta da minha resistência...

Em fluir, em versejar, em ter amado um dia.

O ruído do silêncio,taciturno,

escrito a sangue,

bebe algumas gotas, 

da nascente, onde surge o dia... amanhece.

Noite eu fui um dia,

Renascida na manhã fria,

Calada e muda...

Mas tenho todos os sonhos...

Ruidosas pegada sobre folhas...

Ainda existo.

 

Bom dia ! 

 

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Ana Pujol
Enviado por Ana Pujol em 21/07/2023
Reeditado em 21/07/2023
Código do texto: T7842187
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