Prisioneira de Mim
Uma avalanche de pensamentos Sutilmente me soterra
Sinto-me em plena guerra
Rodeada por destroços
O que se passa por dentro?
Não sei que nome dar
Culpa? Arrependimento? Remorso?
O que é isso que me deixa insone?
Acho que não tem nome
Como explicar o que sinto?
Vão pensar que minto, que finjo!
"O poeta é um fingidor
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente",
Assim já dizia Fernando Pessoa.
Então, por mais que doa,
Vou fingir que não sinto
Aquilo que sinto
E vou mentir que sinto
Aquilo que jamais senti
Até que tudo se misture
E eu já não consiga distinguir
A emoção e a invenção
Talvez assim eu me cure
E me liberte desta prisão...