IRAS

Ira

O sentimento exacerba aos goles

Está mais que provado isso

Palco de traumas caseiros

O copo resvala na sua frigidez

Para o calor incontido na neurose

Uma neurose quase coletiva

Que se não fosse por poucos

Tornariam qualquer tarde-noite

Num mar de lama e sangue

As máximas se repetem

Quase que simultaneamente

Dia a dia nas nossas vidas

E não dá para ficar com bases amenas

De palavras, são apenas palavras

O gozo de poucas, tornam-se o ridículo de outras

E essa roda-viva traumatiza até os mais gélidos

Ira

Uma palavra quase estúpida

Que pela sua própria natureza

Recrudesce a todas as almas

Desfaz amizades

Alimenta rancores e incautos

Torna a vida insignificante

Transformando massas encefálicas

Como diria o “Águia”

Em corpos cadavéricos

Desprovidos dessa simples alegria

Que é viver de bem consigo mesmo.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 25/03/2005
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