Sê(r) livre

Ser comedida nunca me vestiu bem

Um traje que nunca comportou

[confortável] a complexa forma do meu existir

Como espartilhos da era vitoriana

Com seus ilhoses e barbatanas

Comprimindo das costelas ao meu sentir

Por sentir demais

Inquietação dos meus sentidos

Sufocados por vezes incontáveis

Nas vestes que me puseram

Menores do que eu

Que era tão grande com meu pensar

E minha maneira livre de ser

Permito-me agora então

Andar nua por aí

De alma e mente

Vestes no chão

Sem me encobrir

Incansavelmente expressiva

Me deixo fluir

Sobre o papel em verso

Todos os meus “eus” aprisionados

Do meu lado avesso.

Acarla
Enviado por Acarla em 20/07/2023
Reeditado em 20/07/2023
Código do texto: T7841680
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