LIMIAR

Estamos nos expondo ao limite

Nunca saberemos o fim desta saga

Nunca voltaremos a ser o que não queríamos

Nunca também é um limite trágico

A vida arranca palmas de tantos modos

O que não justifica tantos maltratos

Como dói essa corrida insana

Vocês já pensaram o que vem a seguir

A lucidez está precária

Precária, árida, abrupta

Estamos seguindo um zen sem jeito

Uma deusa se faz presente

Como uma vaca profana de divinas tetas

Limiar é o que espera essa consciência

Ciência de tantas matemáticas

O cálculo físico da voz platônica

Tônica de uma forma limite

O ponto mais distante entre dois corpos

Feito um falso brilhante

De um planeta escondido em outro sistema

Linha, limite, uma vida

Uma estrada sem rumo, sem volta

Uma memória extraída de tudo

Quando o nada está mais presente

Aquele morro, um uivo,

Aquela estrada, um grito,

Aquela vida, um limiar

Uma estrela caída na escada do tempo

Distraída e fútil, um menino vadio

Ah! essa deusa que não vem

Eu estou tão só

Meus sonhos, minhas dores, meus traumas

O que chamamos de traumas

Um limite entre o espaço físico

E uma coisa chamada sentimento.

Peixão89

Peixão
Enviado por Peixão em 25/03/2005
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