O POEMA PERTINENTE
A pertinência pertence ao outro,
não há nada que me pertença,
tudo é juízo, tudo é sentença,
do ralo, do raso, do absorto,
da parte que parte do todo,
do abecedário ao poema,
dos números primos
a hipérbole equilátera,
do amor ao próprio jogo,
tudo depende de ser pertinente,
nada há de inteligente
em observar a luz do fogo!