Cinza

A casa está sem luz, ela é iluminada apenas pela lua.

As estrelas cintilantes que vejo, de certa forma, já não existem mais.

E quando o céu fica nublado tudo se esconde.

É curioso o fato de que nunca gostei muito de esconde-esconde;

mesmo assim, olho para a amplidão em busca de algo.

Eu olho para cima, você olha para baixo.

A energia não deve ser reestabelecida tão cedo [- dizem.]

É possível que o sol nasça amanhã [- é como devo dizer.]

Enquanto isso, seguimos na escuridão e a tempestade agora parece se formar.

Chove sem molhar. Os galhos secos, as folhas mortas.

O vinho seco parece te inundar. O fósforo parece me consumir.

O tom mais alto me deixa em tons mais escuros.

É estranho que eu queira pintar os ares de vermelho?

E se vertessem as lágrimas do céu e elas, cristalinas, limpassem a fumaça?

Isso permitiria que eu visse os mistérios mais íntimos

Permitiria revelar os viéses?

Agora, as chamas clareiam.

No breu, o vermelho aparece.

Depois de queimar, o que restará?

Bedelaar
Enviado por Bedelaar em 18/07/2023
Código do texto: T7840127
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