Um falso LUME.
Parabéns pra nós dois.
Nesta data infeliz.
Muito azar e pouca sorte.
Foi o que ‘ELA” sempre quis.
Ficando longe um do outro.
Perdi de uma só vez.
O que na vida buscava.
E no meu coração guardava
Ontem cheguei a ser feliz.
Hoje mal da para rir.
Não sinto mais a alegria do perdão.
Sei que parece meninice.
Mas amar é rejuvenescer.
E sexo conveniência.
De noite surges do nada.
Em meus pensamentos.
De um passado ainda visível.
Como a leve brisa úmida.
Da noite de tua partida.
Da chuva antes caída.
Atrás daquele vidro escuro.
Acenaste pela última vez.
Era tua partida final.
Meu coração não reconheceu.
Que aquele amor fosse “PIRATARIA”.
De um coração com bijuterias.
Onde outro pode-se encontrar.
Deixados por ti, em algum lugar.
Era repetição de um dos atos,
Ensaiados com outros
E repetidos
Com os iludidos.
Um homem pelo outro,
Um abraço pelo outro,
Um beijo pelo outro,
Uma outra noite, com outro.
Numa cama com outro,
Um suor pelo outro,
Um perfume como doutro,
Outro orgasmo cobrado.
Um preço não combinado,
Um tempo determinado,
Sem ser repetido,
Podendo ser reprimido.
Vai. Pensando que levas teu segredo,
Já foram tantos nesse teu enredo,
De A à Z já contabilizado,
Num diário memorizado.
Como peixes carnívoros de cardume,
A alegria que dás, logo alguém consume,
A esperança que crias, como vagalume,
Numa falsa estrela, seu LUME.
DOMINGOS INÁCIO