"Uni"desigualdades

Gênia ou não? Às vezes, parece que sim, outras parece que não.

Hiperfoco! Com a escrita, e depende, pois isso é muito melhor quando aleatoriamente, e por vontade própria.

Quando tenho que cumprir com obrigações, a criatividade foge...

Talvez, a autonomia da escrita, seja a única verdadeira para mim...

Quando tenho que seguir normatizações, minha mente desnorteia, e então me pergunto: por que, à medida que se aflore a escrita autônoma, o mundo acadêmico passe a não ser mais tão interessante?

Seria sobrecarrego de ocupações, ou mesmo porque minha mente, tenha escolhido a esse universo autodidata da escrita?

Como articular, esses dois universos? Se o outro, para mim embora tenha parecido menos interessante, também represente uma maneira de luta.

Me interessa de certa maneira...

E eu, mulher preta de realidade periférica, também não posso negar que foi, a partir do campo universitário que, realmente a criticidade veio mais à tona, em mim...

Por que, essa dúvida a respeito da minha própria inteligência?

Com efeito, o inseguro, falseia a mente, quando se trata sobre si próprio...

Eu só sei, que me elevaram à posição do "não posso errar".

Me elevaram? Ou eu própria, me elevei?

Eu?

Por quê?

Somente eu?

Eu queria me livrar, dessa preocupação que pareceria "infundada"...

Mas, é um jogo duplo meus prezados...

Ser mulher preta, no Brasil, requer muitas cobranças mesmo...

Historicamente, me dói a mente, e por dentro do meu corpo todo, tudo aquilo que não vivi inteiramente, mas recaiu sobre mim...

É estigma...

A imagem intelectual, agora que tem sido possível de ser criada, é a custa de um peso de 135 anos de não existente abolição...

O tronco atual, sempre foi o mesmo, na senzala histórica chamada "Brasil"...

Até isso...

Roubaram o "Pindorama" dos povos indígenas, e fundaram a terrível hipocrisia de "nação" "amada", "idolatrada"...

Há quem salve?

Dane-se! Se houver ou não...

Esse mundo todo, dos pretos, indígenas, "pardos"? "mulatos"?, dentro deste país, não conheceu uma vida sem cão...

Eu também, nunca pude conhecer...

E as cruzes que carreguei até aqui, quem poderá tirar de mim?

Mundo, institucional...

"Uni"versidades, sem universo verídico...

Onde o antropólogo, ainda pesquise sobre a vida dos outros...

Onde a preta periférica, não compreenda o que teria a ver de realidade próxima para ela, estudar principalmente, a homens brancos e europeus.

Enfim...

Soltar as correntes, só tem sido possível, mesmo! No meu mundo particular...

Gisele Maria
Enviado por Gisele Maria em 16/07/2023
Reeditado em 20/07/2023
Código do texto: T7838228
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