Soneto das horas inacabadas

Soneto das horas inacabadas

Perco-me nas horas abraçadas aos ponteiros cansados

Enamorados aos sorrateiros minutos atordoados

Que vivem em compassos desbotados limitantes

Em movimentos arrastados por ventos relutantes

Páro no imaginário de cada segundo de tempo perdido

Que se esconde solitário no meu mundo colorido

Procuro o que o tempo escorregadio tornou proibido

Num escuro sombrio que nunca foi sentido

Cada momento que passa torna o tempo envelhecido

Com rugas de sentimento de trilhos tatuados

Na pele de dourados brilhos em fios de pecados

E os meus olhos doce mel pulsam o instante vivido

Porque os passados são espaços doentes de vazios sufocados

Em delicados abraços com os presentes inacabados

Luísa Rafael

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Porto, Portugal

Luísa Rafael
Enviado por Luísa Rafael em 16/07/2023
Código do texto: T7837982
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