Silêncios
Porque já não tenho essa vontade toda
Nem de amor, nem ódio
Nem sair, nem de ficar
Porque há chuva lá fora
Independente da minha vontade
Minha esperança é outra velha amiga
Porque já não carrego os meus mortos
Meus olhos há muito se acham para os vivos
Vivo assim cada minuto me perdendo, me ganhando
A casa é outra, agora habitada de silêncios
Plantas na janela, música quase muda, luzes
Porque me guardei dentro de mim para festas
Farras, casamentos, batizados, me poupo de credos
De amigos incrédulos.
Milton Antonios
14jlu/2023