rupta
A rotina não tem pressa nenhuma
Não se alimenta da ansiedade
Toma café preto sem açúcar
Enquanto observa a hora seguinte chegar sem alarde
A rotina há dias começa sem esperança
Porque já sabe o que está por vir
Compra pão, frita o ovo na manteiga
E conversa com o podcast antes de dormir
Talvez por isso mesmo a rotina canse
De tanto que cabe só num apartamento
E preenche gavetas e dentro da geladeira
Quando encontro a garrafa d'água vazia
A rotina queima devagar como o incenso à xangô na sala de estar
Onde ninguém fica