o tempo perdido
Sobre a mesa a toalha que amparavam
Cafés e os bolos, e seu quadriculado
Como uma quadrilha fazia daquele retrato
À submissão mais amorosa, na
Cabeceira ela sentava e sua boca
Comia, enquanto as palavras perfilavam,
ainda com a tinta do pincel da moenda
Ao encontro do ouvido das coisas,
Ali, ao redor, inclusive na prateleira
Que foi herdada de tantos, tudo
Se alumiava pela linguagem que
Vestia as coisas como se para
Cada uma houvesse um alfaiate
que dava aos seus corpos a forma
que lhes eram seus embornais
Ao redor da mesa cada um espremia
O seu velório, sua cruz , que era
Mais desajeitada do que aquela
Do homem, jorravam palavras,
Mas era os olhares, seus braços
Que o tempo não deixaram ilesos,
As mãos que o vida moeu por falta
De uma palavra que hoje estaria
foragida, era o tempo, não ele mesmo,
mas seus sintomas que já nos dizia
que em algum momento tudo se acabaria