E tu !
E tu !
Donde estás ?
Escondido no teu corpo cômodo- esconderijo-mor?
E tu !
O que fazes ?
Escondido no teu corpo - covardia
E tu !
O que dizes ?
Repetições das repetições das repetições alheias
E tu!
O que pensas ?
O tu!
O que sentes?
Nem só o anestésico que te cega,
te emudece e te brutaliza?
És um seguidor das fuligens que restam dos sobejos dos outros
E tu ?
Mais nada a seguir,
cansado de cuspir nos mesmos prantos a vida inteira ?
O que tu !
O que te resta ?
Nenhuma fresta de sonho
Nenhum rastro perfumado da poesia que permeia a aura do cotidiano !
Apenas vomita, vomita, vomita...
Apenas debruça-se nos enquadramentos
E nas lamúrias e penúrias
Nos lamaçais ordinários
de ser o mesmo fantasma de ti mesmo !
E tu !!
Espantalho anêmico
Maltrapilho de grife
Vampiro tosco
Verme dos teus achismos
E tu ?
Onde estás ?
Faminto e sedento por mesmismos