INSÔNIA

Um galo destrambelhado

Acorda na meia a noite

Com certeza perdeu o sono

Canta desafinado.

Olha que não dá intervalo

Espanta o sono de quem dorme

Esse canto agoniado

De um velho galo.

Vive no quintal do vizinho

Canta pra espantar a solidão

Sem uma companheira

O pobre vive sozinho.

Logo vai amanhecer

Mas parece uma eternidade

Continua o canto estridente

Despertando a cidade.

O silêncio lá fora

Só esse galo a cantar

E o sono com certeza

Na rua foi passear.

Autoria Irá Rodrigues.