Singularidades
E por entre as singularidades encobertas pelo tempo,
descubro inquietudes da alma em constante reflexão.
E se o pensamento parasse?
Talvez pare e eu não perceba,
porque a alma se veste em disfarces.
E continuo achando que estou pensando,
quando na verdade, o que penso
é reflexo de um pensamento que já passou.
Mas, não pode ser.
Se assim o fosse, não suportaríamos a dor,
pois ela se faria sempre de novo,
como o reflexo no espelho.
Eu, duas vezes, num único momento.
Eu, olhando pra mim mesma,
decifrando o imponderável e o improvável que me veste.
Partícula imperfeita de inquietude tão ínclita a mim...
que me desdobro num olhar investigativo,
em busca do que ainda me está encoberto...
E por entre as singularidades encobertas pelo tempo,
descubro inquietudes da alma em constante reflexão...