Oito pernas
A aranha se assanha
Pensa e sonha
No retorno da manha
Joga teia em linha
Aguardando risonha
Para uso da peçonha
Não se envergonha,
Arma-se em campanha
Para ter o que tinha
Sua fome é tamanha
E, a quem se oponha,
Não ataca sozinha
Juntas na façanha,
Outras ouvem a senha
Atuando de forma estranha
Mas,
A presa não se embrenha,
Sem temer a medonha
Levanta e se arreganha
Assim, essa ferrenha
Em luta se empenha
E termina com a vergonha
Agora ela definha,
Oito pernas sem unhas
Em um creme de espinhas.