AS METÁFORAS DE CHICO SCIENCE

Nas noites da minha juventude cada vez

mais distante, Chico Science ecoava no ar:

"Cadê Roger, cadê Roger, cadê Roger (ô)?”

Um código sutil, uma busca a realizar,

campos verdes, encontrar e desfrutar.

“Macô”, outro codinome a bailar,

Entre risos e rodas de amigos a partilhar,

várias nuances, em sua essência, a inspirar,

Um mundo de sonhos e brisas a despertar.

“Ô Zé Mané, Ô Zé Mané, Ô Zé Mané, ô”

mais um mistério a ressoar,

Na voz dos que conhecem o segredo,

da alegria, da arte e da vida a se entrelaçar.

“Ô menina, Ô menina, Ô menina, ô”

A alegria em nosso encontro a aflorar,

No balanço dos nossos corpos, a rima a dançar,

Através do amor, felicidade a criar,

Uma poesia viva, aqui a se revelar.

Nas entrelinhas desses versos, a conexão se faz,

Entre a arte e as expressões que a vida traz,

Celebrando Science e Josué, o perspicaz,

a diversidade, sua poesia, nossa paz.

Adriano Espíndola Cavalheiro, em 10.07.2023

(Chico Science, foi um cantor e compositor brasileiro, um dos principais colaboradores do movimento manguebeat em meados da década de 1990. Líder da banda Chico Science & Nação Zumbi, faleceu em 02.02.1997)