A MÁQUINA DO MUNDO

A MÁQUINA DO MUNDO

Eu não sei se neste mês

Eu vou pagar o aluguel

A prestação de meu apê

A urna do bebê que morreu

Não sei, vou me reconhecer

No reflexo do espelho???

Nas faces em que vou me ver

Não é tão simples de dizer

Não sei se estou drogado

Pela rotina dos dias iguais

Pela repetição de meu eu

Fragmentado, envolto nas

Voltas em que gira o mundo

Meu terceiro olho não

Não me reconheceu

Meu cobertor está cheio

De buracos negros. Ele,

Meu corpo, um peixe

Jogado na praia. Não quero

Na areia apodrecer

Não quero vê-lo morto

Lugar solar das aflições

Dentro de um barco

Debatendo-se, pescado

Em direção à mesa

Alimento de filisteus

Nesse aquário de ares

Poluídos, nem sei, consigo

Saber qual o meu signo???

Eu puxo o lençol acima

Os pés ficam de fora

Se cubro os pés

A cabeça fica exposta

Igual peixe fora d´água

No filme de Felllini

Falta água na praia, como

Banhar meus desenganos???

Comprei um pastel na feira

Mas não consegui absorvê-lo

Como comer uma mercadoria

Saborear o caldo de cana

Parságada está tão longe

Elon Musk diz que em Marte

Não sou amigo do rei

Terei a mulher que quero

Que está na cama de quem

Na cama de quem não sei.

DECIO GOODNEWS
Enviado por DECIO GOODNEWS em 09/07/2023
Reeditado em 09/07/2023
Código do texto: T7832487
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.