SONETO DO PORTO TRISTE

chove no porto de todos os meus sonhos

os fantasmas estão em trajes medonhos

nos navios exilados impedidos de zarpar

meus países ameaçados se outro dominar

no horizonte uma cortina de água pesada

faz minha vista escurecida e embaralhada

não há a saída deste mundo, estou ilhada

perdi meus bens e a cidade está toda sitiada

não há ninguém aqui com quem negociar

nada terei a oferecer se a chuva não parar

vou entregar tesouros para as naus piratas

morrer com as bombas mortais das fragatas

e esquecer para sempre o dia em que eu vi

o amor nascer no sol de ouro que veio de ti.

betina moraes
Enviado por betina moraes em 18/12/2007
Reeditado em 14/04/2009
Código do texto: T783234
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.