Alma Sensível
(Auto-retrato)
Alma Sensível
Nascida lá bem no alto da serra,
Cresci brincando e sorrindo
Entre flores de algodão
Canafistas e juremais
Encantava-me o verde dos juazeiros
Adormecia embalada
Pelo soprar dos ventos
Coaxar dos sapos
E o sussurrar dos riachos
Acordava com o canto dos passarinhos
E bem logo de mansinho
O sol me banhava cedinho
E debaixo da ingazeira
Naquela terra vermelha
Meus rabiscos desenhava!
Tinha cheiro de arueira
Também de flor de pereiro
Mas ainda de melão
Agrião e manjericão!
Nas noites escuras da Serra
Ao claro da lamparina
Ouvia belissímas histórias
Envolvendo bruxas e fadas!
Em cenários de noites claras
A lua sempre reinava!
E as estrelas a contemplavam
E eu inocente criança
Com a lua bem que falava
Pensando que ela escutava!
Pedia leite e farinha
Para dar ao meu gatinho
Preso lá na cozinha...
Em meio a tanta grandeza
Minha alma assim se fez
E hoje trago em mim
Um pouco de cada beleza!
Fátima Alves/ Poetisa da Caatinga /2007
Texto publicado em 28.07.07 no Blog da Escola de Gestores da UFRN e também
no meu 1º Livro: Florescer da Alma (ED: EDFURN)2OO8
Maria de Fátima Alves de Carvalho