O ultimo beijo da morte

Sinto o toque da morte em meus ombros. Todos os pesadelos da noite passada. Finalmente, teria uma conclusão. Mas meus olhos não se deixaram tomar pela emoção. Minha boca sentiu que seria meu último suspiro. Minhas mãos suavam como numa corrida contra o tempo.

Era meu último dia, meu último minuto, para dizer ou fazer qualquer coisa. Então corri o mais rápido que pude. E, ao chegar à porta de minha mãe, foi a última coisa que consegui fazer; não deu tempo. Ele foi mais rápido que qualquer vento. Me abraçou e puxou a alma do meu corpo.

Era o fim. Minha mãe só se deu conta que a campainha tocou minutos depois de meu corpo se esfriar. A morte não foi cruel comigo; ela foi leve e sutil. Eu que ainda penso por que não pude correr mais rápido, ou ter dito "eu te amo" para ela antes do fim.

A morte estava ao meu lado quando minha mãe abraçou meu corpo. Ela até chorou vendo a lágrima escorrer no rosto pálido de uma velha senhora. Ele sussurrou em meu ouvido: "Não é justo um filho morrer antes dos pais." Pela primeira vez, a morte viu que nem sempre seu serviço é completamente justo.

Ela segurou o fio da vida que estava em suas mãos e disse: "Te darei uma última chance. Abraça e ama tua mãe. Pois na próxima vez que eu voltar, não será tua vida que levarei.

MICHELE MONTEIRO
Enviado por MICHELE MONTEIRO em 06/07/2023
Reeditado em 05/11/2024
Código do texto: T7830474
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