Mito

Presto atenção no vento, ao relento

Que em tempestades traz a tua falta

Me arrancando o telhado, nada fica de pé

Me encurralando em estradas obstruídas

Varrendo as estrelas pra debaixo da maré.

Soprando as nuvens em quadros de janelas

Correndo as dunas, ocupando as passarelas

Esvaindo a minha vida entre gráficos e tabelas

Erguendo suas torres entre as dores paralelas.

E a chuva segue incessantemente duradoura

Então sigo saltando as poças com teu reflexo

Sigo encharcado pelas gotas que despencam

Caindo do céu como resposta ao paraíso

Entre os trovões que ecoam no céu nublado

Um lapso de memória traz de volta o teu sorriso.

Caminhando pela calçada, pra não sujar teus pés de areia

Sendo eu o rei do drama, trago pra você a lua cheia

Na escura solidão, onde por tua luz minha alma ainda anseia

Nossa história se faz mito, e se desfaz entre o sol e a fogueira.

M B
Enviado por M B em 05/07/2023
Código do texto: T7829966
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