Pés e caminho
Aprendi a desviar de mochilas arremessadas e aviões de papel,
enquanto o quadro negro exibia equações as quais nunca pude anotar.
As pedradas e pauladas das quais não desviei,
doeram na carne e no orgulho,
a pouca atenção nunca deu conta de tudo.
Meus passos me levaram mais longe do que minha imaginação explorou.
Os sonhos se realizaram a um longo tempo atrás,
ainda uso desviar de paus de pedras,
mas as vezes eu as abraço, por alguma razão.
A dor está sempre presente, têm vários nomes
mas os pés ainda sustentam e seguem.
Quase sempre por caminhos sem equações (das quais nunca alcancei),
e tantos outros detalhes dos quais perdi,
mesmo olhando.