SILÊNCIOS PARALÍTICOS
Delira na tarde, ouve sinos
Apocalípticos
Entre a assembléia de meninos
E breve acordo entre cretinos
'M'illumino d'immenso', li nos
Rascunhos sifilíticos
Que alguém por fim terá por hinos
Na tarde de silêncios paralíticos --
No obituário de equinos
Serão todos os lutos argentinos?
Delira e seu quadro é de críticos
Cuidados, jazem frouxos pinos
E parafusos, quase míticos...
Não há mistério algum, só os sinos
Que ninguém mais ouviu, divinos.
Epifania em graves trípticos
Por aliança com Destino!
Quem pintará tamanhos desatinos?
Que haverá na ata da assembléia dos meninos?
...mas beija a mão de seus políticos
E apalpa as bolas de cretinos
Sem pejo algum, dá tratos finos
A berinjelas e pepinos
Na tarde de silêncios paralíticos.
.