LICENÇA POÉTICA NO BRASIL

Autor: Valdir Loureiro.

Versos: 20 decassílabos.

Se eu pudesse, só iria escrever

maravilha que lá, do Céu, ecoa,

pois, fazendo assim, não ia ofender

um "espírito de porco" ou de leoa,

feio ou bela de quem fosse eu falar.

Falar mal, má notícia, vai causar

a impressão de que eu sou gente indiscreta

ou de que sou um rei da desavença,

muito embora a postura de poeta

possa me conceder uma licença.

Eu não quero levantar malquerença

a um político nem ao homem de bem.

Na eleição, penso em fazer desse jeito.

Dizem que uma justiça prendeu quem

foi às ruas, com a urna, insatisfeito.

Imagino se eu não for perfeito:

no Brasil, pode logo aparecer

um cretino, querendo me prender,

se não onze juízes de direito

ou só um que, de onze, tem poder!

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Nota do Autor: os versos acima são 20 decassílabos

ritmados com esta sequência das rimas: ababc cdede efg fg ghhgh.