Louças
Me recordo ainda de folhear teu corpo
Como um livro nunca antes lido
Presunçoso e reprimido
Algo que me leva além do gemido
A chuva, o frio, o sexto sentido
Tuas linhas me trazem o final esquecido.
Além dos braços que sustentam o abismo
Além das cartas e das bolas de vidro
Residir em ti é o meu abrigo
Sinto além do sentir quando estou contigo.
Finalmente as curvas fazem sentido
Sendo assim aquilo que em ti havia escrito
Um mar congelado, território restrito
Mas que goteja por nossas linhas em atrito.
O terremoto que põe as louças em perigo
Se fazendo vitrola para o meu disco antigo
Sei que ainda desperto em ti o amor retido
Mas me contento enfim com o fim do relativo.