Janela do tempo
Enquanto penso, fogem as minhas asas, que adentram noites, tocam a sombra dos galhos no lago, espelho da lua, miro o tímido brilho das estrelas que espalhadas no infinito céu, deixo-me invadir de silêncios, sempre silêncios que apontam caminhos... alguns caminhos por mais bonitos que sejam, são sonhos somente, enquanto outros caminhos estão sempre com os braços abertos, com esperas sem limites, carrego tantos caminhos dentro de mim.
A alma e o seu deslumbre, porque a ilusão é como uma chuva forte, em noite quente, traz a sensação de brisa, às vezes é preciso voar na imaginação, embora a vida não seja mesmo um faz de conta, se já não dói, é quando a vida lhe sorri, a alma exulta de alegria, esquece os seus medos, faz do seu refúgio, seu segredo, que só ela sabe alcançar. Abre-se então, uma das janelas do tempo, e num longo suspiro, aquieta-se, volta à sonhar, consciente de que algo cativante, sempre faltará, os sonhos sabem onde querem sonhar. Enquanto lá fora, existe uma realidade, é a vida e o seu movimento, cabe a cada coração, sabê-la aceitar.