Sopram ventos quentes
Sopram
Ventos quentes
Alheios
Sinuosos
De assobios
Melodiosos
Em cânticos
De silenciosos
Devaneios
Brisas transparentes
Tão perdidas
De azuis fluentes
Perfumados
Em ondas caídas
E turvas
Nas minhas curvas
Despidas
Em rebeldias
Inocentes
Sopram
Nos seus passeios
Ondulados
E românticos
Numa ingenuidade
De beijos
Carentes
Que me beliscam
A pele
Em toques amenos
E claros
Numa doce suavidade
De afagos
Plenos
Sopram
Vagos
Lentos
E arrastados
Nas linhas suaves
Dos tempos
Em envolvimentos
E liberdades!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal