Com batimentos, sem sentimentos
Meu coração é um monte de traças
Que insistem em fazer papel de vivo
Porém sei que apesar dele bater
Nele não existe sentimento, é inexpressivo
Qualquer emoção é efêmera
Cada batimento é mais fraco
Além de raiva e medo essa máquina só bombeia alguns cacos
Cacos do que restaram de esperança
Fragmentos de mim mesma
É a única coisa me impedindo de me tornar uma casca totalmente alheia
A dor é o que me faz humana
A lembrança da felicidade me mantém
Bombeia nas veias cortando
Mas também me lembram de como é ser alguém
Não nada, não indiferente
E sim aquela garota antes sorridente
Os princípios dela me seguram de pé
Mesmo que tudo que ela tivesse fosse a fé
Fé que nem tudo estava perdido
Fé que nem todo mundo é mal
Acontece que agora o mal sou eu
Será que posso voltar ao normal?