Cadeira de Balanço

Quem nuca folgou em uma dessa,

lendo um livro ou jornal?

Lembro-me de minha querida avó, sentadinha,

num vai e vem parecendo estar no parque de diversão,

com os óculos repousando a parte baixa do nariz

olhando-me com um sorriso ingênuo de causar

inveja à tristeza.

A cadeira é uma amiga fantástica, sabe guardar segredos

quando nos ouve falar sozinhos ou dar rizadas

de coisas que não têm muita graça.

Ali na varanda fica estacionada,

esperando alguém para dar a partida

e acelerar com o corpo...

Para embalar sonhos, cantar, ver o sol se pôr

através da janela, empurrar um olhar para

o horizonte, ausentar-se do cotidiano por alguns

momentos... ah... e para contar histórias também.

Vai e vem,

Vai e vem,

Vai e vem.

Sentir a leveza, da alma que junto embala,

no vai e vem da cadeira, ao compasso do coração

que no peito pulsa, no vai e vem das paixões que ali se misturam

permitindo serem percebidas

num suspiro profundo do corpo lânguido, adormecido, feliz... num

Vai e vem,

Vai e vem,

Vai e vem...

Erick Leite e Maria do Carmo Leman e Maria do Carmo Rodrigues
Enviado por Erick Leite em 27/06/2023
Reeditado em 04/06/2024
Código do texto: T7823824
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