Transformar

Transmigrar o véu sem elos

Transformar todo flagelo, o espectro nodal

De um mundo "livre", abismal

Sob a égide neoliberal.

Transformar vis pensamentos

E as ações de um eu, um réu confesso

Que se cala, se acomoda

Sorvendo o fel ou o mel desse universo...

Transformar a dor em verso

O que-fazer de um eu profético

Vislumbrador de outra história

Via luta incessante contra a glória

Neoliberal, "messiânica", "meritória".

Transformar o universo, o céu, o mar

O entardecer entediado, crepuscular

Ao qual está submetido

Todo ente "violentado", exaurido

Em sua ontologia carcomido.

É tempo de transformação

É tempo de conjugação:

Liberdade agora, já!

No individual e no coletivo

Unidiverso, redivivo.

Transformar o "neo" agora

Suprimir a negação da história

Do "eu", do "não-eu" alvissareiro

Ingente e que se miscigena

Quando "a alma não é pequena".*

*Verso de uma poesia de Fernando Pessoa.

Autor: Edson Barreto Lima

Barretinho
Enviado por Barretinho em 17/12/2007
Código do texto: T782153