Transformar
Transmigrar o véu sem elos
Transformar todo flagelo, o espectro nodal
De um mundo "livre", abismal
Sob a égide neoliberal.
Transformar vis pensamentos
E as ações de um eu, um réu confesso
Que se cala, se acomoda
Sorvendo o fel ou o mel desse universo...
Transformar a dor em verso
O que-fazer de um eu profético
Vislumbrador de outra história
Via luta incessante contra a glória
Neoliberal, "messiânica", "meritória".
Transformar o universo, o céu, o mar
O entardecer entediado, crepuscular
Ao qual está submetido
Todo ente "violentado", exaurido
Em sua ontologia carcomido.
É tempo de transformação
É tempo de conjugação:
Liberdade agora, já!
No individual e no coletivo
Unidiverso, redivivo.
Transformar o "neo" agora
Suprimir a negação da história
Do "eu", do "não-eu" alvissareiro
Ingente e que se miscigena
Quando "a alma não é pequena".*
*Verso de uma poesia de Fernando Pessoa.
Autor: Edson Barreto Lima