Minha Páscoa *Um personagem
Deserto é minha vida, areia morta
Que jaz em pó no fundo da ampulheta
Gastei o que era empréstimo, e a letra
Impressa no que eu devo não tem volta
É dor a minha vida, agora eu sei
E a dor que não se via agora é carne
Matéria fez-se em mim o que eu plantei
Se agora eu volto a Ti, não seja tarde
Devolvo-Te o que tenho e o que sou
-E eu sei que, mesmo um "Ai", não me Rejeitas-
Que eu seja a dor no seio da Igreja
O espectro amargo do teu sal
O véu que no teu templo se rasgou
Vermelho do Teu Sangue num vitral