Minha Páscoa *Um personagem

Deserto é minha vida, areia morta

Que jaz em pó no fundo da ampulheta

Gastei o que era empréstimo, e a letra

Impressa no que eu devo não tem volta

É dor a minha vida, agora eu sei

E a dor que não se via agora é carne

Matéria fez-se em mim o que eu plantei

Se agora eu volto a Ti, não seja tarde

Devolvo-Te o que tenho e o que sou

-E eu sei que, mesmo um "Ai", não me Rejeitas-

Que eu seja a dor no seio da Igreja

O espectro amargo do teu sal

O véu que no teu templo se rasgou

Vermelho do Teu Sangue num vitral

David Ariru
Enviado por David Ariru em 24/06/2023
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