Tempos Cruéis
Senti a batuta na mão ,
Doeu pra aprender a lição.
Quando em minha direção,
Sua voz parecia um trovão.
Eu, toda vez me subtrair,
Não tinha pra onde fugir.
Certo, "era aceitar a correção",
E acrescentar mais um ponto de interrogação.
Se confidências se à família,
Mas uma pisa acrescia.
Ao Mestre, "todo o poder",
Ao aluno , "obedecer".
Se não , o "pau ia comer".
Tempos cruéis eram àqueles.
O silêncio perpetuou
e inviabilizou.
Cheiros, crenças, amores,
Vozes, saberes e cores.
O meu pensar não valia,
Saberes mortos perpetuavam,
Os vivos, negavam.
Hoje como educadora,
Quero ser promissora.
Negra Aurea: 23/06/23.