Entre rosas e espinhos
Entre rosas e espinhos
Adormeço a alma lentamente com os olhos fechados
Que te acolhem docemente numa cela de pecados
Fecho-me e escuto a voz da intimidade
Em cânticos enamorados de uma bela intensidade
Correm lágrimas saudosas de pétalas caídas
De cravejados espinhos em rasgadas feridas
Golpes dilacerados em forma de coração
Desenhos tatuados de carinhos pela tua mão
Mas o teu cheiro perfumado permanece
Num beijo de molde feiticeiro que não esquece
De toque de lábios vermelhos de textura sedosa
Numa ternura envolvente de uma paixão fogosa
E nos trilhos de pedras e margens verdejantes
Corre uma fragrância de rosa da pele dos amantes
Que na distância se encontram em rotas serenas
Nas linhas harmoniosas de esvoaçantes poemas
Luísa Rafael
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Porto, Portugal