Onde estás?
Onde estás?
Lá fora choram os pinheiros com o frio da neve bela
Com o vento em gemido sufocado na janela
Veste-se de branco o que era um vasto manto verdejante
Como um cobertor de encanto na pele de um amante
Olho à volta nesta imensidão pura à tua procura
Mas não há trilhos nem caminhos por entre a vastidão nua
Apenas um café quente com fumos em ondas de liberdade
Soltos pensamentos sem destinos numa envolvente saudade
Mas por onde andas meu amor que eu nem sequer te vejo?
Acho até que pelo menos merecia o calor de um beijo
O toque da tua mão que me sorria a palidez da expressão
Ou talvez a magia de te ter presente nesta dor de tanta solidão
E nesta nudez em que o silêncio se esconde no labirinto dos ouvidos
Sinto-te dentro de mim com a avidez dos meus cinco sentidos
Luísa Rafael
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Porto, Portugal