A poesia é fod@
Rimbaud, durante a estadia no inferno
Ora, açoitava estrofes
Ora, namorava os versos
Já, Nelsom Gonçalves alertava
A quantidade de idiotas
De crescer que não parava
Leminski, Chacal, Salomão
Depredavam a moral
E Lispector tinha razão
“A poesia é foda”
Algum beatnik moderno gritava de peito aberto
Com um original de On the Road por perto
“A poesia é foda”
A poetisa parnasiana gritava a plenos pulmões
Fechando a biografia do grande Camões
Já as caras de pau, da Mooca a Paris
Sobreviveram a peroba
E ao machado de Assis
Arnaldo Antunes, gênio virtuoso
Denunciava a televisão
E outros bichos escrotos
E assim como Poe, o ilustre
Achavam que era um corvo
Mas era só um abutre